Carta ao Rei - Pero Vaz de Caminha, eBOOKS PDF em português

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"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e
poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível."
Fonte: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal. Gavetas, Gav. 15, mç. 8, n. 2.
Disponível em <
>. Acesso em: 30 ago. 2011.
Texto escrito em 1º de maio de 1500.
Ilustração de capa: MEIRELLES, Vitor. Primeira missa no Brasil. 1860. 1 óleo sobre
tela, 268 x 356 cm. Acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil.
Editoração eletrônica: Brasil ePub <
>. Este arquivo pode ser
livremente distribuído, desde que citada a fonte da editoração eletrônica.
Pero Vaz de Caminha nasceu no Porto, Portugal, em 1450, e faleceu em Calecute,
Índia, em 15 de dezembro de 1500.
Esta obra encontra-se, no Brasil, em domínio público, conforme art. 41 da Lei federal
n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
SUMÁRIO
ORTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA
CARTA AO REI DOM MANUEL I
Senhor:
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a
Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se
achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu
melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo
que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.
Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque
o não saberei fazer, e os pilotos devem ter esse cuidado. Portanto, Senhor, do que hei de
falar começo e digo:
A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de março. Sábado,
14 do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da
Grã- Canária, e ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro
léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista
das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar,
piloto.
Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde
com sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse. Fez o
capitão suas diligências para o achar, a uma e outra parte, mas não apareceu mais!
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das
Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670
léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita
quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras
a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a
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